“Uma medida do potencial de habilidade de um media permitir que o usuário exerça influência sobre o conteúdo ou a forma da comunicação mediada.”
“A relação entre duas ou mais pessoas que, em determinada situação, adaptam seus comportamentos e acções uns aos outros.”
Contudo, resolvi explorar este tema de forma descontraída. Assim, o texto que se segue é o resultado de vários encontros realizados pelos membros do Grupo de Educação e Comunicação/NEPEC/FACED/UFBA na tentativa de responder a questão "o que é interactividade?". Contudo, as discussões giraram em torno da distinção entre interacção e interactividade.
“Eu posso interagir com uma planta se eu quiser? (...) Qual a diferença entre interagir com uma planta e com um livro? Sou eu que imprimo os significados e, dependendo deles, a planta tem mais sentido para mim do que um livro. Pense na sociedade sem escrita? O que era mais importante?
É... veja os Hindus que têm uma vaca como animal sagrado! É sagrado porque é significativo para o povo, para a cultura, para as crenças!
Eu acho que é muito mais interactivo um livro, pois leiam este extracto, é lindo. Eu simplesmente interagi!
Sim...acha que o livro é mais interactivo porque gostou do texto, porque viajou no texto. Poderia acontecer a mesma reacção com todos os sujeitos que leram ou que lerão esse mesmo texto?”
O interessante é que só perceberam que viviam um processo interactivo à medida que passavam a entender o conceito de interactividade. Assim a discussão fluía:
“Sim, acho que toda essa discussão é interactividade, aqui ninguém espera para falar, a gente fala quando tem vontade...!
Espera aí... esse processo difere da internet. Se for apenas por futucar na internet... ela tem um monte de páginas. E daí, não é tão interactiva assim, tem poucas diferenças do livro.
É, mas ela tem links!
E as páginas que praticamente não têm links?
Bem, vamos ver. Pierre Lévy fala de interactividade: ela é mais interactiva quando apresenta interrupção e reorientação do fluxo informacional em tempo real, implicação do participante na mensagem, diálogo, reciprocidade, diálogo entre vários participantes.
Então vamos pensar quais destas características que a internet tem, que a sala de aula tem e o que livro tem.
Se pensarmos na internet, mais especificamente nas home-pages... podemos repensar o nível de interacção que ela proporciona, podemos navegar, depende também dos links que a página possui.
Hei, espera, e no caso dos chats e das listas de discussão?
Aí é diferente... vamos ver novamente o que Pierre Lévy e Silva sugerem. Apresenta reorientação do fluxo informacional? Possibilita a participação do sujeito em tempo real? Pode desencadear reciprocidade? Se apresenta estas características podemos dizer que essa interacção encontra-se em um nível mais elevado?
Sim podemos, elas apresentam características fundamentais para os sujeitos interagirem reciprocamente!
É sim, elas possibilitam um fluxo dinâmico de onde emergem novos processos.”
Esse conceito de interactividade é bem mais recente que o conceito de interacção, o qual vem sendo utilizado nas mais variadas ciências como “as relações e influências mútuas entre dois ou mais factores, entes, etc. Isto é, cada factor altera o outro, a si próprio e também a relação existente entre eles” (Primo & Cassol, 1999). Já o termo interactividade surgiu no contexto das Novas Tecnologias de Informação e Comunicação (NTIC), com a denominada geração digital. Entretanto, o seu significado extrapola esse âmbito. Para Silva (1998:29), a interactividade está na “disposição ou predisposição para mais interacção, para uma hiper-interacção, para bidirecionalidade - fusão emissão-recepção -, para participação e intervenção”. Portanto, não é apenas um ato de troca, nem se limita à interacção digital.
Em seguida, temos alguns exemplos onde a interactividade está presente:
Podem existir dois tipos de formatos:
1. Formatos Digitais: código é binário e o sistema é discreto
2. Formatos Analógicos: existe uma recta real e o sistema é contínuo.
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